Dirigir um carro exige muita responsabilidade e diversos cuidados. É importante ter muita atenção para não trazer riscos a si próprio e às outras pessoas que estão no trânsito. Os acidentes de trânsito eventualmente geram responsabilização para diversas pessoas, como deveres jurídicos decorrentes de obrigações que surgem por imposição legal. Dessa forma, quem causa dano no trânsito acaba por ter o dever de indenizar.
É por isso que, para encarar a pista molhada, além de já ter um bom domínio sobre o veículo no seco, é importante saber também o que o seu seguro auto cobre no caso de danos causados por enchentes.
Seguro auto cobre enchente? Saiba os cuidados necessários
A maioria dos seguros automotivos prevê a cobertura de alagamento, assim como de incêndio, colisão e roubo e furto. Assim, todos os danos causados pelas chuvas, incluindo também queda de árvore, postes ou muros sobre veículos, salvo quando são de responsabilidade do motorista, deverão ser indenizados pela seguradora.
Contudo, o segurado não tem direito a acionar o seguro em casos de danos provocados por enchentes quando tiver contratado apenas o seguro de Responsabilidade Civil Facultativa (RCF) ou a cobertura de roubo e furto.
Além disso, caso a seguradora comprove que o motorista se arriscou diante de vias alagadas e o dano do veículo foi maior que o esperado por insistir em passar na enchente, há risco de perda parcial ou total da cobertura.
Por isso, separamos uma série de dicas para te ajudar a dirigir na chuva da melhor maneira possível.
Dicas de como dirigir na chuva
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1. Mantenha as peças do seu carro em bom estado
Em primeiro lugar é extremamente importante contar com o bom funcionamento de uma série de componentes do seu carro.
Um dos principais é o para-brisa. Ao longo do tempo, a borracha tem um desgasta natural, com isso, a sua eficiência já não é a mesma, o que pode prejudica a visibilidade do motorista como quando dirigir na chuva. Portanto, para dirigir na chuva com segurança faça a troca das borrachas da palheta uma vez por ano, ou quando perceber que já não estão funcionando mais como deveria.
Vale lembrar que com a finalidade de reduzir os riscos de acidente, é obrigatório o uso do limpador de para-brisa durante as chuvas, segundo artigo 230 do Código de Trânsito Brasileiro (CTB). Caso ele não seja acionado, pode resultar em infração grave para o proprietário do Veículo.
Além das palhetas do para-brisa, para dirigir na chuva com segurança outro item devemos ficar atento são os pneus. Tomar multa não é o único risco de se andar em um veículo com um pneu careca. Com a chuva os riscos de deslizar e o motorista perder o controle do carro são muito maiores. Evite problemas, faça a troca dos pneus antes do término do prazo de validade, ou se eles apresentarem sinais de desgaste.
Manter os peneus com a calibragem ideal também é muito importante para dirigir na chuva com segurança. Quando a pressão do pneu é muito baixa, assim como muito elevada, pode causar uma diminuição na tração, desgaste prematuro da banda de rodagem ou falhas do pneu. Você deve verificar a pressão do seu pneu periòdicamente (pelo menos uma vez por mês), para certificar-se que estão inflados corretamente.
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2. Desembace o vidro e utilize os faróis
Quando esta chovendo as condições do tempo quanse sempre não são favoráveis, nesse caso acionando as luzes do carro podem te ajudar a dirigir na chuva com segurança mesmo durante o dia. Sendo assim, é importante deixar, no mínimo, as luzes de posição ligadas. Se a chuva for muito forte, essa medida torna-se obrigatória, segundo o CTB artigo 250. Caso o motorista não acione pode ser penalizado com uma infração média.
Se a chuva for durante a noite, o melhor a se fazer é utilizar o farol baixo, pois o importante é conseguir enxergar imediatamente à frente. Vale também manter acesos os faróis de neblina, pois isso facilita com que motoristas de outros veículos o enxerguem com mais facilidade.
Outra atitude importante de como dirigir na chuva com segurança é desembaçar os vidros do carro. Para isso, basta acionar o sistema de ventilação e direcioná-lo ao vidro. Se o veículo tiver ar-condicionado, a ação torna-se mais rápida. Caso o automóvel possua desembaçador traseiro, deixe-o ligado também.
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3. Quando começar a chover diminua a velocidade
É importante ter muita atenção na hora de frear, especialmente nas curvas. Manteha uma distância segura dos veículos que vão a sua frente e mantenha a velocidade baixa. Dessa forma, você tem tempo para antecipar o momento de acionar o freio e começar a fazê-lo de forma gradativa, que não traga riscos à sua segurança e de outras pessoas no trânsito.
Quando chove, a água e a fuligem seca do asfalto criam uma mistura muito escorregadia. Conforme a chuva aumenta, essa mistura é dissolvida, porém o atrito do pneu com o solo continua baixo por conta do asfalto encharcado. O indicado nessas condições é trafegar em velocidades baixas, fazer isso proporciona maior controle do veículo e maior tempo de reação em casos de imprevistos, além de reduzir o risco de aquaplanagens. O ideal é diminuir a velocidade em 20% com relação à velocidade desenvolvida em pista seca.
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4. Evite fazer ultrapassagens e realizar curvas perigosas
Evite manobras perigosas, faça a redução de marcha e reduza a velocidade gradativamente, seja em vias urbanas ou em estradas. Portanto, avalie se realmente é necessário ultrapassar veículo que está à sua frente, especialmente se for em uma pista simples, que exija que você pegue a contramão por alguns momentos.
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5. Pare o carro se a chuva estiver muito forte
A chuva aumenta e você percebe que a visibilidade está ficando prejudicada, tanto que nem o limpador de para-brisa está dando conta do recado. Nessa hora, o mais indicado é parar no acostamento ou em um local seguro e aguardar a tormenta passar. E, se parar no acostamento, não esqueça: ligue o pisca-alerta para que o veículo que vem atrás veja você e não bata no seu carro.
Quais são os riscos de passar por uma enchente?
Independente de tentar manter o carro “na margem de segurança”, ainda há muitos riscos ao atravessar com o carro por uma enchente. A água pode atingir o duto de captação de ar do motor. Quando o motor aspira água ao invés de água, pode ocorrer o “calço hidráulico”. Isso é quando o pistão tenta comprimir a água que entrou no lugar do ar nos cilindros. A pressão é tanta que as bielas chegam a entortar.
Além do calço hidráulico, a água pode afetar também a parte elétrica do carro. Os danos nesse sentido, podem dar perda total em alguns casos. Se alguma das centrais eletrônicas (EMU) for atingida o custo pode não compensar o reparo.
É possível consertar um carro que passou pela enchente?
Sempre é, mas nem sempre vale a pena consertar. Dependendo dos problemas, a seguradora vai optar pela ‘perda total’. Se nada for afetado, nem mecânico, nem elétrico, há a higienização a ser feita.
A higienização é feita dependendo do nível que a água atingiu no carro. No nível máximo, de carro submergido, é preciso realizar a desmontagem completa do interior do veículo. São trocados os carpetes, além de retirada de bancos e revestimento do teto.
A lataria vai receber uma lubrificação nova para evitar ferrugem e corrosão. Bancos tem a espuma retirada para dedetização, assim como o forro do teto. É preciso fazer também a lubrificação de outras peças, como trilho de teto solar, entre outros.