Para realizar a compra de um automóvel – ou de qualquer outro bem – o ideal é fazer um planejamento de longo prazo, guardando dinheiro aos poucos em um investimento, para conseguir efetuar o pagamento à vista. Do ponto de vista racional, esse cenário é perfeito, pois além de não pagar juros, o consumidor ganha rendimentos com as aplicações, conseguindo comprar o bem em um período menor que o de um financiamento.
Mas isso requer muita disciplina. O consumidor tem que aplicar, todo mês, o valor predeterminado no início do planejamento. São poucas as pessoas conseguem realizar esse tipo de projeto.
A opção preferida atualmente por 71% dos consumidores, em tempos de crédito farto no mercado, é a do financiamento. Segundo o consultor Alexandre Lignos, da Consultoria IGF, as recomendações básicas nesse caso são:
Não comprometa mais de 30% do rendimento líquido familiar. Se houver outra dívida – por exemplo, o parcelamento de um imóvel -, é preciso encaixar os dois financiamentos nesse teto.
O número de prestações deve ser o menor possível. Se o valor não atingir o teto de 30% do seu rendimento, é recomendável reduzir o número de parcelas. Assim, você pagará menos juros.
Financie o menor valor possível. Utilize o seu veículo usado como parte do pagamento e aproveite remunerações extras como bônus, participação nos lucros ou 13º salário para aumentar o valor que será dado como entrada.
Lembre-se de ter uma reserva – que pode ser separada do valor do 13º, por exemplo – para o pagamento das despesas extras que você terá com o carro novo, como documentação, diferença de IPVA e no valor do seguro
Pouca gente se dá conta, mas as taxas de juros são negociáveis. Por isso é indispensável pesquisar. Não só em várias lojas e bancos, em relação ao mesmo modelo, mas também verificar preços e vantagens de marcas e modelos diferentes. Deve-se também levar em consideração os valores do seguro, que podem variar de acordo com seu perfil e tornar um modelo mais atraente que o outro.
Existe atualmente uma modalidade de financiamento de longuíssimo prazo, em até 84 parcelas (7 anos). Mas a recomendação geral de todos os especialistas é limitar o financiamento a 36 meses, no máximo.
Evite levar filhos ou amigos, que acabam influenciando o lado emocional. E, mesmo diante de uma oportunidade que lhe pareça boa, não haja impulsivamente. Conte até dez, volte para casa e faça todos os cálculos necessários antes de fechar negócio.
Juro zero, na maioria das vezes, simplesmente não existe, embora seja um termo largamente utilizados nos anúncios. O que ocorre é que, normalmente, os juros estão camuflados, pois o mesmo modelo é vendido à vista com desconto. Na prática, para ser “juro zero”, o valor financiado tem que ser igual ao valor à vista.
Por: quatrorodas.abril.com.br