Venda on-line não substitui o corretor

Com a globalização e as novas demandas do mercado, a venda on-line é mais uma ferramenta para o Corretor de Seguro expandir seus negócios e aumentar sua carteira de clientes. Paulo Gonçalves, corretor e diretor da Central Max Corretora de Seguros, diz que a internet é capaz de ampliar os horizontes e os limites geográficos da corretora.

“Vejo a venda on-line como uma oportunidade para o corretor impor ganho de escala em seus negócios. Precisamos buscar na operação on-line um maior número de vendas e não uma venda com menor custo. O mundo virtual pede agilidade e isso também custa. Responder o contato ou e-mail com rapidez pode fazer toda a diferença”.

Mesmo diante da possibilidade de evoluir por meio deste novo canal, alguns profissionais do mercado consideram a venda on-line um negócio de risco.

“Entendo que a preocupação de nós, Corretores de Seguros, consiste na ameaça que as grandes corretoras de venda on-line possam oferecer para nossos negócios e para o mercado. Se tivermos uma condição comercial igual aos grandes grupos para oferecer aos nossos clientes, esse problema pode ser menor. Nesse ponto, a atuação das seguradoras é de extrema importância. Também pesa como preocupação, o limitado conhecimento técnico que alguns consumidores possuem sobre determinados ramos de seguro, para comprar uma apólice sem a consultoria direta de um Corretor”, explica Paulo.

No entanto, ele ressalta a importância de não deixar o negócio apenas no mundo virtual, para atender de forma plena os consumidores.

“Não conseguiremos deter o avanço da tecnologia, teremos que nos adaptar a ela. No cenário atual, acredito que devemos usar a venda on-line para prospectar novos negócios, mas não devemos limitar o contato com nossos clientes. Pessoalmente, via telefone ou e-mail, não devemos deixar de falar com nosso segurado”.

Eldes Mattiuzzo, CEO da Bidu Corretora de Seguros, explica como funciona a venda on-line pela empresa.

“O processo de venda de seguro envolve algumas fases: cotação, transmissão de proposta, agendamento de vistoria, resolução de pendências e emissão. De todas estas fases, apenas a cotação é feita on-line. Todas as demais são feitas exatamente como toda e qualquer corretora, e como tal contamos com profissionais tecnicamente qualificados que entram em contato com o cliente, tiram suas dúvidas, prestam a consultoria necessária para auxiliá-los na escolha de seu seguro para só então efetivarmos a transmissão de propostas”.

Com a expectativa de crescimento três vezes superior em volume de prêmios emitidos de 2013 para 2014, Eldes afirma que a empresa recebe pedidos de corretores para utilizarem a plataforma da companhia.

“Hoje isso ainda não é possível, pois os cálculos são feitos em nome da Bidu e só podem ser recuperados pela própria Bidu. Como se trata de uma demanda de corretores de seguros que querem trabalhar conosco, estamos estudando a viabilidade técnica de abrir nossa plataforma para corretores, mas a ideia ainda está em estudo e concepção. Mas certamente há o desejo da Bidu em firmar tais parcerias e disponibilizar nossa tecnologia para aqueles corretores que queiram trabalhar conosco”.

Para ele, há muita desinformação a respeito da venda on-line, e isso faz com que os corretores se sintam ameaçados.

“Do total das nossas vendas, 80% são feitas para pessoas que estão comprando seguros pela primeira vez, e dos que vêm até a gente para renovar seu seguro, boa parte vem de bancos. Ou seja, não estamos concorrendo com os corretores tradicionais, e dificilmente o faremos. Aquele cliente bem atendido, acostumado com um atendimento personalizado e de qualidade do corretor tradicional, não o troca por uma ferramenta on-line e um atendimento remoto”.

De acordo com Eldes, a venda on-line da empresa visa atender aqueles que não têm acesso ou não possuem um corretor, por isso não fariam seguro de outra forma. Além desse público, a empresa também foca naqueles que buscam comodidade, independência e autonomia, típico do público de Internet.

“Somos um novo canal, e não um substituto do corretor. O e-commerce em geral, no Brasil e no mundo, dificilmente ocupa fatias superiores a 20% do total do mercado nos segmentos tradicionais de varejo, e acredito que o mesmo ocorrerá com a indústria de Seguros no Brasil. O canal internet será importante, representativo, mas não irá substituir a indústria de corretagem de seguros, que permanecerá sendo o principal canal de distribuição de seguros no Brasil”.

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