Evento discute como o envelhecimento da população afeta o mercado de seguros

Com o aumento da expectativa media de vida juntamente com o recuo expressivo da taxa de natalidade, a população brasileira entrou em um processo acelerado de envelhecimento. De acordo com dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE), nos últimos dez anos o numero de habitantes com mais de 60 anos passou de 15,5 milhões para 23,5 milhões, com percentual que foi de 9% para 12%. Os dados foram apresentados por executivos da Allianz Seguros e especialistas da área durante o Fórum Internacional de Seguros para Jornalistas, realizado no dia 24 de outubro de 2013.

O economista chefe da Allianz, Michel Heise, acredita que o quadro atual prejudica a economia do País. Segundo o executivo, além da população ter que trabalhar por mais tempo, o governo diminui o valor das pensões do INSS, que são altas comparadas com outros países, e devem ser compensadas com a Previdência Privada. Para Heise é importante investir em educação que, consequentemente, aumenta a produtividade da mão de obra. “Essa medida ajuda a compensar a queda em numero absoluto de trabalhadores no mercado e o peso econômico provocado pelo numero de contribuintes em relação ao aumento de beneficiários da Previdência Social”, revela.

Para o Economista e pesquisador do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), Marcelo Caetano, a rapidez da evolução demográfica não acompanhou a renda per capita do Brasil, o que torna a situação mais complicada. “Nos países europeus, essa evolução demorou cerca de 40 anos para acontecer, nos não teremos esse tempo. Enquanto a renda per capita lá e de U$ 30 mil, aqui é de apenas U$ 10 mil. O Estado sozinho não terá como dar conta de custos tão expressivos”, completa. Ainda segundo o pesquisador, nas áreas de Saúde e Previdência, a iniciativa privada terá que complementar as políticas publicas.

O diretor executivo da Allianz Seguros, logo Dietz, acha que o governo e as seguradoras tem que começar a discutir o assunto de forma mais dinâmica. “È fundamental dar esse primeiro passo para que o governo comece a trabalhar com as companhias em busca de soluções que reduzam o impacto do envelhecimento populacional”, completa.

A solução pode estar no aumento da produtividade do trabalhador brasileiro, defendida pelo especialista em Economia Social e Economia do Trabalho, André Portela. “Com uma parcela menor de pessoas aptas a trabalhar, uma renda de país médio e uma estrutura etária de nação rica, o aumento de produtividade tem de ser brutal para garantir o crescimento econômico nas próximas décadas”, revela.